segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Sento à mesa com uma xícara de café, um caderno velho e uma caneta. Fecho os olhos e em um segundo, um filme passa em minha mente, meus pensamentos divagavam lentamente. Um a um iam se esvaindo como gotas de chuva em meio a tempestade.
Abro o caderno e leio anotação e frases de músicas aleatórias e então, no meio de toda aquela bagunça de pensamentos, um se sobressai. Lembro de mim aos 14 anos sentada frente ao computador, fazendo o que costumava fazer todos os dias. Rabiscando o caderno enquanto ouvia musica e olhava imagens maravilhosas de lugares distantes, cidades e pessoas desconhecidas, em cada fotografia um universo completamente diferente do meu. Na época não tinha ideia do que aconteceria agora, 4 anos mais tarde. Os dias passaram rápido demais e tudo mudou. Vendo quanta mudança aconteceu em meu universo particular, pego-me pensando, arrependida por não ter tentado viver a vida que sonhava enquanto via aquelas tantas fotos.
Desde muito nova foquei em alcançar o meu "Feliz pra sempre" enquanto a vida escorria por entre meus dedos. Hoje acredito que toda essa história de pra sempre e final feliz não passam de meras ilusões (completamente desnecessárias) implantadas em nossa mente desde sempre que depois, em algum momento, quando finalmente aprendemos a pensar por nós mesmos, percebemos que nada disso é real e nossa vida não é um conto infantil. E foi nesse momento em que me perguntei pela primeira vez,  por que eu viveria minha vida com o medo de não encontrar o meu final feliz, quando eu quero e posso ser feliz agora?
Como Miles Halter (Gordo, em Quem é você, Alasca?), estou indo em busca do meu Grande Talvez, pois não quero esperar a morte para pensar no que seria daquilo que não foi.
Irei descobrir a vida. Vivê-la sem esperar nada em troca. Viver por hoje e não por um "feliz pra sempre", pois se estou feliz agora não me preocuparei. Conhecer novas pessoas, novos rostos, novas cidades e culturas, respirar novos ares. Pois hoje, mais do que nunca, minha consciência já não grita "por quê?", e sim "por que não?".

















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